sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um sonho verde

Há cerca de vinte e tantos anos atrás, um estudante me pediu: − Escreva sobre o verde. Meu colégio, através de uma gincana, quer defender a ecologia. Era um aluno do CPUC (Colégio Pré-Universitário Campinense), diante de uma tarefa.
Olhei para aquele jovem e senti em sua essência o perfume da esperança. De repente, a minha mente fez uma viagem bucólica e eu entrei em estado de oração. Perguntei ao meu Eu divino, o porquê da predominância do verde na Natureza. Como que fluindo, respondi-me: o verde absorve mais a vida, comunga melhor com as vibrações do homem, dá tranquilidade à paisagem do planeta. Enfim, o verde é a pigmentação do amor do Criador para com a criatura, através da troca de vida, na pureza do ar e dos ares.
O pedido daquele estudante revestiu-me de esperança e eu imaginei um paraíso, onde não havia desmatamento, nem assassinos de "Chico Mendes". Havia só festa de pássaros, orquestrando bailados para as árvores; e o céu contemplava, de forma límpida e terna, a fertilidade da terra, trocando saúde e harmonia com o homem.
Tudo que era verde, era sagrado. As florestas eram templos onde Deus, todas as manhãs e tardinhas, fazia um ritual de paz. Lá não havia poluição de soberbos, mercenários, ladrões e assassinos. O homem era feliz e alimentado abundantemente pela Natureza, até as rosas não precisavam mais de espinhos para avisar não me toque, apenas, junto aos frutos coloridos, embelezavam o cenário da vida.
Ah! Como eu respirei gostoso, canalizei saúde e paz, aproximei o homem de Deus e descobri que o paraíso bíblico não era coisa impossível e piegas; vi que era possível lagos e rios desaguarem nos oceanos, o reflexo do mais perfeito equilíbrio ecológico.
Acordei do sonho maravilhoso de querer fazer uma Gincana Fraternal, onde toda a humanidade cumpria a tarefa de defender o verde. Caí na realidade de que estava em Campina, que não era mais campina, era apenas uma cidade Grande. Ainda quis sentir prazer cívico pela Floresta Amazônica, mas os crimes ecológicos, ali cometidos ao longo do tempo, me causaram tristeza e revolta. Quis ser a Lei, obrigar os inconscientes a fazerem o reflorestamento do "Pulmão do Mundo". Mas, me lembrei que o poder não pune os poderosos.
Sai do meu equilíbrio transcendente e entrei no inferno que é a nossa realidade perturbada pelas toxinas da poluição e pelas catástrofes do desequilíbrio ecológico; das grandes queimadas, como que querendo dar ao homem uma lição de preservação da espécie. Senti vergonha da raça humana.
Como só havia pureza em sonhos, para me sentir melhor, resolvi transformar aquele jovem estudante do CPUC, no "Menino do Dedo Verde", que resolveu transformar o mundo, plantando flores em canhões de guerra.
Hoje, nem sei o que faria diante de um pedido inocente, ou seja, nem sei se teria mais inocência para uma viagem bucólica respirando a vida através da paz e da esperança. Deixo essa pureza agora para aquele "Menino do Dedo Verde", que hoje é um homem casado, pós-graduado, um profissional brilhante como psicólogo e palestrante e o que é mais importante, é meu filho caçula, Rossandro Klinjey Irineu Barros.
“Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR.
Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.”
(Jeremias 17:7-8)
 

2 comentários:

  1. Parabensm pelo texto e pelo filho tambem. Que Deus vos abençoe sempre

    ResponderExcluir
  2. Querida amiga Adelma,

    Parabéns pelo belo, intrigante e questionante texto!

    Parabéns pelo filho, Deus os abençoem sempre!

    Ramiro Pinto
    Ambientalista

    ResponderExcluir