O mar, essa maravilha da Natureza, é,
literalmente falando, o maior espetáculo do planeta Terra. Seus mistérios
insondáveis atraem o homem a pesquisas profundas; mas é seu magnetismo
majestoso que leva o ser humano a transcender, no impulso de uma viagem maior da
imaginação. Lendas nas quais os sonhos navegam em mistérios de um mergulho no
seu próprio eu.
O Sol de Verão parece fazer parte das festas folclóricas, convidando os
homens a se refrescarem nas águas do mar, em um batismo que exorciza todas as
mazelas físicas, mentais e espirituais. É o mar, em ritmo cadenciado, que passa
com o canto e o encanto das ondas, beijando as praias, num recado de equilíbrio:
ser grande não é necessariamente ser cruel.
Aqui na Paraíba, as duas maiores cidades se irmanam em dois importantes
períodos do ano: no São João, Campina recebe João Pessoa; no verão, João Pessoa
recebe Campina e ambas fazem festas turísticas. Quando os campinenses passeiam
pelas praias da Capital, têm a sensação de que João Pessoa é sua terra. Lá
eles encontram vizinhos, amigos, colegas de trabalho, bem como as autoridades
da cidade. Mas, principalmente, se misturam aos pessoenses, descobrindo o
quanto são irmãos, a despeito do bairrismo que ainda existe. Assim, a Natureza
dá outro recado de união, pois o mar, o maior espetáculo do planeta, é um
lazer que o Divino concede a ricos e pobres igualmente. Se bem que o ser
humano cria preconceitos e termina por selecionar, socialmente, as praias; de
forma que quem se banha em Jacumã jamais se sentiria à vontade em Camboinha. O
mar, entretanto, parece rir dessa ignorância dos homens, pois mistura suas
águas, para que elas banhem ricos e pobres, queimando os preconceitos e as
desuniões com sal e sol...
Que os sentimentos e desejos do nosso povo sofrido, nas praias do Brasil,
levem os nossos sonhos e as esperanças ao alto mar, para que numa prece de gratidão,
dirigida aos céus, haja união espiritual verdadeira. Com fé no Criador, no
Filho e no Espírito Santo, haveremos de sensibilizar o homem, mantendo a
humildade como bússola e a união dos brasileiros como norte, para que tenham a
paciência de continuar esperando por dias de vitórias; para que possam esquecer
as constantes injustiças e diferenças sociais e lembrem que o mar não tem dono
— pertence a todos nós, na hora que quisermos, para nos banhar, para pescar e
para contemplá-lo.
“E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas
por cima do barco, de maneira que já se enchia.
E Ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e
despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos?
E Ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar:
Cala-te, aquieta-te! E o vento se aquietou, e houve grande bonança.
E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?E
sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o
vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:37-41)
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