O LUGAR DO LIVRO

Recentemente, fazendo uma viagem pelo “You Tube”, descobri um vídeo, muito interessante, intitulado “O lugar do livro”, de José Leonardo Ribeiro Nascimento, através do qual nos faz ver com suas críticas inteligentes e pertinentes: que há pessoas que, tendo lido apenas uns poucos expoentes, como Machado de Assis e Clarice Lispector, se consideram especialistas em literatura nacional.

O estudioso, José Leonardo, seleciona cerca de 30 livros, por ele lidos, todos de escritores contemporâneos, alguns recém-lançados. Obras literárias que ele apresenta de forma gostosa, carismática e “redonda”.

Fez-me pensar que realmente é um absurdo nós termos em casa todos os CDs de Chico Buarque de Holanda, colocá-lo no ranking dos maiores compositores do Brasil, e nunca termos lido, pelo menos um dos livros dessa cabeça privilegiada; mesmo sabendo que ele já ganhou dois prêmios Jabuti por sua obra de ficção pós-moderna Budapeste.

Sem querer ser repetitiva em meus artigos, confesso que esse carinho pela literatura de novos escritores, eu sempre vi nas obras e escritos de Elizabeth Marinheiro. Inclusive as oportunidades que ela sempre concedeu aos novos escritores, começavam aqui na Paraíba, com o despertar das mentes sedentas do saber e do escrever, através dos Congressos de Teoria e Crítica Literária de Campina Grande, por ela criados e coordenados durante vários anos. Uma preciosidade que faz uma falta inexplicável ao Brasil, visto que se tratava de Congressos Internacionais.

Voltando ao vídeo “O LUGAR DO LIVRO”, o jovem escritor José Leonardo, aumenta a culpa que sentimos, por saber que há ainda muito para ser lido, há muito para ser escrito e muito mais para ser visto acontecer. Como se não bastasse o fato de que, quando abrimos o computador, nos sentimos defasados com tanta coisa nova. Mais que isso, ele fala dos livros de autores que só possuem uma obra, que escreveram ontem, que têm pouca idade e nos passam emoção fantástica, consciência literária espetacular e carisma estonteante. Enfim, ele nos mostra um novo estilo de vida cultural e nos leva a interessantes reflexões.

Temos que repensar: a humildade é a lente de alcance da verdadeira sabedoria. Só filtrando o peso da intelectualidade arrogante, é que aprendemos que não só foram os grandes filósofos da História que descobriram coisas belas e eternas. Nossos jovens, também, são capazes de descobri-las; porque são eles os grandes pensadores e escritores de hoje, de agora; vozes e discursos que serão estudados amanhã. Quanto à escritora, Elizabeth Marinheiro, muito obrigada, por ser como é.

                “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.” (Lucas 21: 33)