Grito na garganta

Meu grito é a verdade das minhas dores, cujo medicamento é conversar com Deus. Meu grito não diz tudo, porque sei que o eco da Eternidade dirá um dia. Porém, meu grito não se cala, diante do risco que um amigo por acaso esteja em perigo. Grito cantando, grito chorando, grito com pena, grito com medo. E, bem baixinho, suplico ao Criador, que tenha misericórdia do mundo que, às vezes, parece mais inferno do que céu.

Peço pelos inocentes, peço gritando com a garganta e a alma, porém sem som. Grito porque são muitos inocentes, se expondo aos perigos do mundo, sem imaginar o preço que pagarão. Grito porque respeito sentimentos reais de quem sorri para vida, como se ela não contivesse ameaça de morte.

Hoje, meu coração abriu a janela do amor e gritou para Deus: compaixão, Senhor, compaixão! Têm muita gente com o pé no abismo da ignorância. Têm outros, querendo se jogar no penhasco da ilusão. Compaixão, Senhor, compaixão! É muita gente sem enxergar os perigos do mundo. Pondo em risco, inclusive, crianças e velhos, muitos velhos. Que não aceitam a idade.

Compaixão, Senhor, compaixão para a humanidade, que de tanto arengar pelo poder, termina muito doente. Patologias graves de políticas imundas. Emaranhado de mentiras. Que tipo de grito se daria para acordar os currais eleitorais desembestados. Eita vida de gado!

Queria eu ter o poder dos anjos para acordar quem dorme na lama. Queria eu, ser senhora de um grito sem rédeas na mão, mas com um bonito eco: salvem-se, salvem-se! Jesus está voltando!!