Geralmente é assim, começo sentindo: insônia, insatisfação, falta de ânimo e inquietação. Aí cedo a mim mesma, fico tranquila e serena. Procuro o comedimento do silêncio.
Busco o silêncio, não o silêncio da mudez, que com discrição e
inteligência, só fala com os gestos da Libras. Quero o silêncio de quem
muito sabe e, por muito saber, prefere silenciar.
Quero o silêncio dos que já sentiram que o silêncio fala mais alto do
que mil palavras e escreve, no coração do outro, o inefável. Quero o
silêncio da ponte, entre a minha alegria e minha dor, da solidão
preferida, para conversar com minha melhor amiga, eu mesma.
Meu espírito pede calmaria, faz festa de moderação, se recolhe para
receber a presença de Deus. É quando me banho de unção e só escuto o som
da prece e do louvor, em sentimento. É um estado de êxtase que muitos
chamam de alienação, mas que eu considero bênção.
Fico leve, revigorada, cheia de fé e de poder. Quem disse que eu não
posso? “Posso tudo naquele que me fortalece” e continuo serena, até que
começo aos poucos a escutar, de longe, o som da minha respiração. Nesses
instantes, tenho vivido a mais sábia pausa do homem: conhecer os seus
limites e buscar a Deus. Aí permaneço em calmaria e, aos poucos, vou
voltando às coisas do mundo onde vivo e do qual não posso ser totalmente
desligada.
Nem por isso “fico azul ou levito” como diz Chico Buarque, mas troco
palavras por ação. Ação documentada e registrada na paz experimentada
com o Espírito Santo. E começo a me sentir feliz, agradecer por tudo que
sou e tudo o que tenho, e até pelo o que não tenho. Agradecer a Deus, o
direito aparentemente paradoxal de poder usar a palavra para conversar
com vocês, meus leitores. Aí eu mergulho com precisão no verso de Mario
Quintana:
“Difícil é interpretar o silêncio (...)
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que saberá sonhar?
Alma de outrem é outro universo
com que não há comunicação possível,
com que não há verdadeiro entendimento.”
“Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”. (Mateus 6:6)
“Difícil é interpretar o silêncio (...)
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que saberá sonhar?
Alma de outrem é outro universo
com que não há comunicação possível,
com que não há verdadeiro entendimento.”
“Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”. (Mateus 6:6)
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ResponderExcluirsaudades amiga - nem sabia desse teu belo site-serei teu leitor eterno - saudades
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