sexta-feira, 10 de maio de 2013

A “rainha do lar” no reino da miséria


O maior presente que se pode dar a uma mãe é o próprio filho, com todos os direitos de crescimento físico, moral e intelectual de uma cidadania livre. O Brasil nem sempre é pátria nem "mátria". Aqui mães parem filhos abortados pela Nação. Ser mãe é um ato sublime e heróico, mas ser mãe no Brasil dos miseráveis é fenómeno (milagre).
Ser mãe é uma realidade social. Quanto menor for a condição social de uma família, maior a pro­babilidade da existência do maior número de fi­lhos, existência vírgula, pois na realidade aí está também o maior índice de mortalidade infantil, re­sultado da miséria reinante que assola o país, mi­séria da fome que mata; da falta de independência que gera marginais, da corrupção que rouba direi­tos humanos, rasgando corações beatificados de milhares de mãe – e já foi muito pior – falo de mulheres que, certamente, neste dia - Dia das Mães, não querem medalhas de hon­ra, sem o santificado triunfo do direito mais su­blime que lhe foi concedido pelo Criador, o direito de ser MÃE.

Sentimento materno é, antes de mais nada, ins­tinto de preservação da espécie em alta escala de valores afetivos. Sendo assim, não há coração materno que consiga ser forte de ternura e de compreensão, diante do sofrimento, de não ter a felicidade de calar o choro do filho que suplica o leite da sobrevivência, o pão da educação, o mel do lazer, a seiva da saúde. Nenhum castigo pode ser maior para uma mãe do que ver seu filho con­denado às cadeias da fome, cadeias da morte.

"O mito de ser mãe-sacrifício, comum na nossa cultura, é recurso ideológico de linguagem que es­conde direitos", uma alienação pregada em massa, e que termina catalizando conformismo, comodis­mo que garante o estado dos poderosos. Portanto, não seria uma data filha do capitalismo que iria refletir nessa realidade social da "rainha do lar" no reino de miséria.

No dia de hoje, desejamos que a guerreira exis­tente em cada mãe aflita, seja um número que se some num só ideal, a corrente da liberdade que se conquista para todas as gerações, pois lágrimas podem ser transformadas em sede de justiça social.

Cada menor abandonado, nas esquinas, nas pra­ças, nas ruas da cidade, é uma criança sem mãe, é um ser com carências afetivas, buscando assusta­damente um olhar materno, um pai ou uma pátria que lhe reconheça como filho. Infelizmente não encontram mãe, pai ou pátria e depois de um certo tempo de  espera, começam a imaginar que não são semelhantes as demais criaturas humanas, se mar­ginalizam, se animalizam e a sociedade que os fa­bricou, começa a cobrar-lhe severamente, conduta moral e equilíbrio psicológico, dentro da própria loucura, essa questão social que é o Brasil.

“Eu, o SENHOR, lhes digo: façam o que é justo e honesto. Protejam dos exploradores aqueles que estão sendo explorados. Não maltratem, nem explorem os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Não matem pessoas inocentes neste lugar sagrado.” (Jeremias, 22).

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