quinta-feira, 25 de julho de 2013

Celebrando o Festival


Historicamente a palavra “festivus”, de origem latina, surgiu na antiguidade para descrever a aproximação e a conversação entre pessoas, bem como a adoração aos deuses. Hoje, os festivais são verdadeiros atos de democracia e alguns são sazonais, assinalando diferentes estações do ano.

Na realidade contemporânea, os festivais podem ser político-sociais ou artísticos e culturais, mas permanecem sendo grandes celebrações, com imenso potencial de integração e troca de experiências.
Aqui no Brasil, pelas dimensões continentais do país, os festivais de arte e cultura têm sido da maior relevância, na media em que vem promovendo a interação e a integração entre as diferentes regiões nacionais que, nestes eventos, apresentam as manifestações mais típicas de suas culturas, o que resulta no crescimento de todos os participantes. O Festival de Inverno de Campina Grande é uma prova disso. Suas esmeradas edições têm sempre mantido um nível de qualidade, que não deixa nada a desejar a nenhum grande centro do país.

Nosso Festival é um orgulho da terra — e olhe que estou me referindo à Paraíba inteira — e deixa conosco, todos os anos, a sensação gratificante e edificante de assistir ao que há de melhor no eixo Rio-São Paulo, nesse templo da cultura, que é o Teatro Municipal Severino Cabral.
Hoje, os festivais não são feitos para deuses mitológicos, mas por heróis e heroínas da arte, que dedicam suas vidas à educação e ao crescimento intelectual de suas comunidades, mesmo que, para isso, tenham que clamar no deserto ou vagar de pires na mão...

Campina Grande deve muito a Eneida Agra, porque muitas foram as vezes em que ela fez das dificuldades encontradas, estímulos para alavancar esse fenomenal congraçamento de arte e cultura que é o Festival de Inverno. E ela sempre o fez sem abrir mão da qualidade, superando obstáculos a cada ano, apesar da escassez de recursos, como a força propulsora que mantém o Festival cada vez mais pujante.

Durante alguns anos, tive o privilégio de ser coordenadora de divulgação do Festival de Inverno de Campina Grande e posso garantir: foram inúmeros os momentos, nos quais a emoção me levou às lágrimas, ao assistir arte com beleza e precisão, nas mais diferentes modalidades, a ponto de não poder escolher qual deles foi o melhor.

Por tudo isso, hoje, no XXXVIII Festival de Inverno de Campina Grande, só me resta agradecer a todos que contribuíram para que nossa cidade desfrutasse de algo tão belo e enriquecedor. Agradecer aos artistas da terra, que também nos orgulham, afinal não é à toa que temos três dos nossos artistas atuando no horário nobre da Rede Globo de Televisão. Agradecer a todos que contribuíram para que o festival venha sendo o que é: um sucesso. E, claro, agradecer especialmente e com emoção à idealizadora e coordenadora geral do festival, Eneida Agra Maracajá, essa mulher, professora, artista e defensora da cultura, por saber fazer com que a arte chegue a todos os lugares, sob diferentes formas. Para finalizar, cito uma frase da mesma: “Cultura da escassez é poder da criação”.

Passagem bíblica do dia: “Tudo o que ligares na terra terá sido ligado no Céu.” (Mt. 18:18)

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