Enfim, a mulher emerge na vida pública mundial como um dos mais importantes fenômenos políticos do nosso tempo. A historiadora Zuleika Alambert considera esse fato como um processo do feminismo que, simultaneamente, foi bússola e arma de combate, numa revolução que, apesar de tantos processos, será a mais longa da história da humanidade.
Entretanto, não há mais espaço para um feminismo radical que, sem querer, acaba inferiorizando a mulher, ao insistir em apontá-la como "a outra metade ignorada do mundo". Já avançamos o bastante para compreender que estamos vivendo uma crise mundial sem precedentes na história humana; uma crise complexa e multidimensional, que afeta todos os aspectos sociais. Refutamos sobre esse pensamento de Fritjov Capra: "o movimento feminista é uma das mais fortes correntes culturais do nosso tempo e terá um profundo efeito sobre a nossa futura evolução". A responsabilidade é grande, não dá para parar no tempo e se colocar no lugar de eternas infelizes, a despeito dos estragos causados pelo patriarcado. Precisamos agir com superioridade, sabedoria e urgência. As feministas têm imensa condição de superar seu atraso, ampliar seus horizontes, mergulhar na globalidade universal e, sob uma nova ótica, construir um novo mundo. Urge que refutamos ainda quanto à necessidade de elaborar um novo discurso, um novo modelo de desenvolvimento, um sistema que construa um novo tipo de sociedade.
Não podemos aceitar as condições impostas pela sociedade patriarcal, nem regressar no tempo, na esperança de reviver um matriarcado. Devemos, sim, ignorar a mediocridade daqueles que ainda se prendem a ultrapassadas posturas sexistas, para nos irmanarmos aos novos homens, os quais já começam a compreender que a construção de um mundo mulher depende do equilíbrio, da parceria entre homens e mulheres.
É verdade, o feminismo mudou a mentalidade e a história do mundo, mas se dividiu em várias vertentes, afastando-se de sua legitimidade. Ao crescer em superfície, perdeu na profundidade de suas ideias. Todavia, algumas dessas correntes somaram seus esforços aos de homens de visão, na tentativa de ampliar a discussão da relação de gênero, através de novas perspectivas e lutas que incluem questões de etnia, ecologia, classe e direitos humanos.
Precisamos aproveitar espaços, momentos e eventos alusivos à mulher, para refletirmos sobre o nosso indispensável papel no surgimento desta "Sociedade de Parceria", de que nos fala a escritora Alambert, como saída para salvação do planeta e possibilidade de confraternização da humanidade.
É preciso respeitar os movimentos feministas que ainda agem de forma primária e fanática, pois eles têm, pelo menos, a função de freio para os excessos machistas. Mas, as mulheres que avançaram no tempo e começaram, cedo, sua trajetória de luta pela igualdade de direitos, devem abandonar certos estereótipos e comportamentos que já não convencem e caminhar em busca de um futuro comum a todos, numa visão mais abrangente e inclusiva. Para isso, possuímos o instinto materno, que nos faz, a um só tempo, guerreiras e defensoras da espécie humana.
Vamos acabar com esse discurso de que "o homem é o senhor do planeta". Comecemos vibrando por uma atmosfera mais otimista; transmitindo para outras gerações ensinamentos de força e sabedoria; criando relações baseadas na amizade, no intercâmbio, na ajuda mútua e na parceria, a fim de que, numa sociedade futura, o almejado equilíbrio entre homens e mulheres venha garantir a salvação e a evolução da humanidade. Enfim, vamos acreditar no nosso potencial, avançar no tempo e construir uma era de equidade, na qual já poderemos falar em pós-feminismo.
Reflexão biblíca da semana: "Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba com as próprias mãos." (Provérbios 14, 1)
Reflexão biblíca da semana: "Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba com as próprias mãos." (Provérbios 14, 1)
Querida Adelma, parabéns pelo espaço, rico em textos para reflexão. Penso que o ideal seria homens e mulheres sempre unidos em torno do bem comum, a paz e a fraternidade entre os povos, sem miséria e com igualdade, justiça e dignidade.
ResponderExcluirAbraços fraternos, guida