Fechei meus olhos para uma meditação e, espiritualmente, dei uma volta ao mundo. Não vi mapas ou raças diferentes; vi, sim, maravilhas da Natureza, protegendo uma única família: a humanidade.
Senti a Sabedoria Infinita, criadora de todas as coisas e Leis do Universo, derramando sobre a terra a misericórdia divina. Numa harmonização perfeita, vislumbrei sentimentos nobres na esperança e na fé dos jovens; assim como conhecimento iluminado e no trabalho digno de todos os homens e mulheres do planeta. Os velhos inspiravam a legítima fraternidade universal, compartilhando sua sabedoria e bondade. E assim, todos recebiam de todos e educavam as crianças, renovando o fluxo da vida na grande esfera radiante de luz. Só havia uma escola: a vida de Jesus, onde todos bebiam do amor providencial do Grande Pai, que emanava através de sobrenaturais incentivos de equilíbrio e carinho a todos os "trabalhadores divinos". Todas as possibilidades eram ricas, todos os dons se multiplicavam, todas as verdades eram absolutas e viver era uma constante prece de agradecimento pela felicidade.
Abri os olhos e voltei à realidade de um planeta enlouquecido pelo homem. Senti-me uma formiguinha perdida numa multidão de desencontrados: jovens delinquentes, adultos corruptos, velhos abandonados e crianças infelizes.
Senti o quanto a humanidade, cada vez mais, troca as bênçãos divinas pela ganância do ter; o quanto os sentimentos inferiores desorganizam as Leis do Universo, originando mazelas e sofrimentos inexplicáveis.
Antes que eu me decepcionasse ainda mais com a humanidade, fechei novamente os olhos e orei ao Pai Todo Poderoso. Respirei profundamente e encontrei a harmonia na verdade de que a Terra não é um paraíso, mas é a escola e o caminho para alcançarmos a plenitude, na convicção de que a boa vontade de cada criatura fortalece a Presença do Criador.
Consolei-me quando me lembrei de palavras como estas: "O mundo jaz no maligno, (...) mas tende bom animo, eu venci o mundo". Em seguida comecei a refletir. Na verdade, Deus já preparou muitos missionários aqui na Terra para acordar a humanidade, salvar o homem de sua arrogância e prepotência, que destrói a alma e as possibilidades de ser feliz.
Para que aconteça a verdadeira evolução da humanidade, ninguém precisa viver de mãos postas. Basta emitir sentimentos superiores, refletir com espírito de cooperação e consciência e continuar marchando para a edificação moral do mundo.
Quando todos os seres humanos acenderem a chama divina de seu eu interior, associando-a a uma consciência verdadeiramente cristã e não a uma política de interesses mesquinhos; o planeta será mais abençoado e o homem receberá mais graus de evolução moral e espiritual, melhorando o planeta como um todo. Há muito por fazer na edificação do mundo, ou seja, de nós mesmos. "O tempo é o nosso explicador silencioso", mas é preciso a prevenção da saúde moral, que só é possível através da prece, do trabalho edificante e da disciplina com o coração transbordante de nobreza e fé. Cada um faça a sua parte, pois tudo passa, inclusive a própria vida, menos a palavra de Deus.
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