quinta-feira, 12 de abril de 2012

Por que os poetas se matam.

Sergei Yessenin


O poeta é um ser tão pro­fundo, que tem a capacida­de de filtrar, de forma especial, sentimentos oriundos do vi­sível e do invisível. Embora aparente ser descontraído e ter uma alma boêmia, enoja e despreza tudo que é vulgar e supér­fluo. Capaz de viajar com a mente e a sensibilidade, por mundos desconhecidos, tem aflorado em si o poder de transcender para outras dimensões e de parecer di­ferente no universo material. Não foi  à toa que Joãozinho Trinta disse: “Quem gosta de pobreza é intelectual”. Na verdade a alma do poeta é tão intensa, que se ele sair do universo da criatividade, sente um vazio profundo e, por isso, muitos se matam.

Esse porta-voz de Deus, que embeleza a vida em versos e prosas, numa linguagem singular do existir, descobre muito cedo que, às vezes, o seu semelhante está sempre mais animal irracional que racional e isto o deprime com facilidade, pela alma paradoxalmente delicada e forte que possui.

Quando sai da sintonia das belezas poéticas e lite­rárias, prefere a morte, por não ver mais encanto na vida. O que é lamentável, porque ele precisa ser preenchido de luz e a única luz que não apaga é a de Deus. Aqui, fazemos uma reflexão sobre o fato de que intelectuais e cientistas eram marginalizados, quando falavam do Criador até o século passado. Infelizmente, foi o que aconteceu com o norte-americano Ernest Hemingway, grande nome da literatura mundial, que ao sentir que lhe faltava inspiração, ou seja, uma sintonia com o belo da vida, suicidou-se com um rifle.

Quase sempre a morte de poetas por suicídio acontece por esses se decepcio­narem, sentirem uma insatisfação politico-social. Isto ficou documentado no últi­mo poema de Sergei Yessenin, da União Soviética, que cortou os pulsos e es­creveu seu último verso com o próprio sangue, num poema que, aqui no Brasil, foi musicado e gravado por Belchior: “Até mais ver, até mais ver, meu camarada...”.

Como não poderia dei­xar de ser, existe sempre um mistério na vida dos poetas, justamente, por serem pessoas incomuns e, por isso mesmo, na grande maioria, margi­nalizadas pela sociedade capitalista. Razão porque, geralmente, só ficam famosos ou são reconhecidos após a morte. Este fato passa a ser um mistério para o individuo comum, como é o caso da história de Vladimir Maiakovski, também soviético, que pelo fato de ser um homem ligado à politica, naquilo que escrevia em sua literatura, existem até hoje duas versões quanto à sua morte, se praticou o suicidou, como tantos outros poetas, ou se foi pressionado a suicidar-se.

Indiscutivelmente, um poeta é um ser delicado de espírito e dificilmente pode ser feliz na convivência com a mediocridade. Tenta fingir que é igual ao ele­mento comum e até foge da sua própria realidade através da bebida, da boêmia e outras coisas mais. Entretanto, só poderá ser feliz, se encontrar o casa­mento com a paz universal, através de uma comunhão com Deus. Vale ressaltar que muitos poetas da história morreram também muito jovens com uma espécie de suicídio lento, por levar uma vida irregular, ou seja, desregrada.

Felizmente, o poeta não morre. A poesia o eterniza e se quiserem, por ignorância, deturpar a sua imagem de homem íntegro, certamente, não acharão sua história em ar­quivos policiais e sim na beleza dos seus versos.

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14:6

Um comentário:

  1. Parabens, a irmã tem realmente um dom especial para escrever textos ricos em conteudo e aplicando sempre as verdades da Palavra de Deus.
    Um Abraço

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