sábado, 28 de abril de 2012

A Praia

            

             De alma empoeirada por falta de fé fui à praia sozinha. Comecei com uma linda caminhada e aos poucos eu retirava de mim cargas de sentimentos velhos, de ideias pré-concebidas, de vontades tolas, de arrogâncias burras e estresse por consequência de tudo isso.
            De repente, me deparei com pedras grandes na beira-mar, sentei a uma certa distancia e fiquei a contemplar a força da água ao encontro das pedras. Era bonito o impacto das ondas, eu ouvi e via a força da natureza se transformando em espumas e musicalidade, o que me levou a um relax transcendental.

            Senti-me criança e comecei a brincar enchendo as mãos com a areia quente da praia, foi quando vi como era fácil elas escorrerem entre meus dedos. Comecei a refletir como somos diante de Deus: menores do que um grão de areia e quantas vezes o Criador quis nos proteger com suas mãos e nós ignoramos essa proteção, deslizamos por entre os dedos de Deus, para cair no chão duro do nada. E tudo isso por que queremos colocar nosso tempo de espera na frente do tempo de Deus e agir no lugar d’Ele, pensando poder fazer melhor do que Ele; o que só impedimos que Suas bênçãos sejam derramadas sobre nós.  

            Segui a caminhada e retornei a trajetória que havia feito inicialmente. Comecei a refletir sobre as leis infinitas, imutáveis e intransferíveis que o Senhor traçou para nossas vidas. Passei a andar mais devagar, estava mais leve e a certa altura da caminhada parei para contemplar a beleza do céu como que beijando o mar, vi que ali havia outro recado de Deus. Foi quando eu me senti totalmente parte da natureza pura, então, me dei conta que minha casa era o planeta terra, que minha família era a humanidade e que o meu teto era o céu.

            Senti uma vontade imensa de abraçar o Pai, e fui tentar realizar este desejo mergulhando no mar. Mais uma vez tentei abraçar as ondas, mas as águas não param diante de obstáculos, mesmo assim as abraçava por alguns segundos, o que me deixava com uma sensação de felicidade e união irmã. Mais uma vez vi como Deus nos ama, e me embriaguei do misto de suavidade e intensidade do mar.

            Brinquei com as águas por muito tempo. Quando sai de lá tinha conversado muito com a Natureza. Ao sair do mar parecia uma criança plena de felicidade admirando os pingos de água que insistiam em permanecer no meu corpo. Não me enxuguei, preferi que o sol o fizesse. Estava ocupada, encantada com mais um mistério de Deus. As moléculas de cristais da água que são milimetricamente calculadas em diversos desenhos caleidoscópicos formando rosas, de diferentes formas e exclusivas para a água de acordo com a energia humana vibracional de onde ela se encontra. Fantástico!

            Calcei o meu chinelo e sai de alma lavada e lustrada de fé, em direção à casa da minha prima na praia Stella Maris em Salvador, Bahia. Finalizando, é impossível contemplar o mar, sem se dar conta da poesia de Deus ao criar o mundo. E principalmente é impossível diante de tanta grandeza, não perceber o tamanho do amor do Senhor por sua criação e em particular por cada criatura.

4 comentários:

  1. Querida amigairmã Adelma, daqui, do meu interior, viajei na sua caminhada litorânea ... Deus te abençoe sempre ! Abraços Fraternos !

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  2. Adelma,

    Inspiradora a sua reflexão sobre a fé e grandiosidade do Criador! Sou uma apreciadora dos seus textos, que refletem a sua sensibilidade e evolução espiritual!

    Abraço afetuoso,

    Sandra Medeiros

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  3. É maravilhoso saber que o Senhor fez todas estas coisas para deleite da humanidade, o que nos faz regozijar com tamanho amor. Que bom reconhecer e agradecer, além de viver!!
    Adelma, voce é um canal de luz para mim. Beijo na alma.

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