Muitos conceitos e termos psicanalíticos passaram a ser usados na linguagem cotidiana sem que, na maioria dos casos, preservassem o seu sentido original. Um desses conceitos é o de ego, que na visão popular significa vaidade, orgulho, arrogância, exibicionismo. Já para as religiões a palavra "ego" é sinônimo de vício espiritual, implicando toda gama de defeitos e quedas morais do homem, em virtude de suas limitações e de sua vulnerabilidade ante as adversidades da vida.
A verdade é que muita gente já morreu e já matou por conta de um "ego ferido". Mas onde o ego parece ser mais mascarado é nas relações afetivas. Um homem ou uma mulher com o ego muito "inflado" não admite, por exemplo, o fim de um relacionamento. Inicialmente, o ego se nega a enxergar o outro como ele ou ela é, pois certas perspectivas e enfoques revelam verdades dolorosas, de modo que o ego prefere cegar a ter que encarar o desconforto de certas realidades, especialmente, quando se trata de uma realidade associada ao sentimento de rejeição.
Pessoas que se sentiram atreladas a um outro ser pensando que o amava, dentro de uma relação mal resolvida; na verdade, perderam tempo brigando em nome de um simples ego ferido, nada que uma boa ajuda profissional e especializada não pudesse resolver.
O que mais dói, no fim das relações, é o orgulho de ter sido ingênuo, a vergonha de ter apostado e investido na pessoa errada. Esse sentimento de decepção consigo mesmo leva o indivíduo a experimentar verdadeiras "angústias de morte" até que, digerida a perda, ele se depare com a cruel realidade de que amou um ser inexistente, uma projeção fantasiosa de suas próprias carências. Só, então, essa pessoa consegue perdoar-se.
Já disse: há coisas que o homem perdoa, mas as vezes parece que Deus não; assim, como há coisas que Deus perdoa e o homem não. Mas a pior de todas as derrotas acontece quando o homem não consegue perdoar a si mesmo. Aí, é como se ele fosse condenado por Deus e pelos homens ao mesmo tempo, por isso, busca autopunição, muitas vezes, num processo super doloroso e demorado.
O primeiro passo para sair desse verdadeiro inferno astral é encarar de frente a dor da decepção. É preciso mergulharmos em nós mesmos para descobrir que, na maioria dos casos, as pessoas que transformamos em nossos "objetos de adoração" não passam de criaturas frágeis e inseguras que, como nós, também vivem em busca de proteção e de autoafirmação, equilibrando-se na corda bamba das emoções, esperando achar em nós, o apoio afetivo e moral que não conseguem encontrar em si mesmas.
Afinal, todos nós somos aprendizes dessa escola chamada Planeta Terra, na qual viemos para entender como crescer em mente e em espírito. E a primeira lição é o amor; o treinamento desse curso de vida é conviver com nosso semelhante, a prova final convivência pacífica e solidária com todos, inclusive, aqueles que (devido a falsas projeções ou má sintonia) atraímos para nosso círculo de experiências, tão somente para aprendermos a resolver a mais complexa de todas as equações: viver! Felizmente, há um livro que nos ensina como fazer essa travessia: a Bíblia Sagrada, nele tudo podemos através do perdão e do amor de Jesus Cristo. “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5, 3).
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